TransdisciplinarCV

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quinta-feira, julho 27, 2006

Afinal, o Negro estará entre o Antropóide simiesco e o Caucasóide?

Eis a quarta história:
Nos anos setenta do século passado, tive o ensejo e a felicidade de frequentar um curso de Etnologia. Eis um extracto dos apontamentos que então colhera:
"...nos finais da década de 60 o processo da filosofia racista estava com os dias contados; os seus pseudo-fundamentos científicos estavam arquivados. Porém, forçoso é confessar que opiniões racistas ainda persistiam, usando argumentos de natureza biológica (nariz achatado, antebraços longos em relação aos braços, etc) para colocar o Negro na esfera de um primitivismo rácico em relação ao Branco."
É então que o famoso antropólogo austríaco e especialista das línguas africanas, o Professor Hans Mukarovsky, mete a ridículo tal pretensão, apresentando o quadro seguinte:

////////////////////////////////Gorila///////////Branco/////////Negro
Pilosidade ////////////////////Forte///////////Fraca////////Muito fraca
Cabelos///////////////////////Lisos///////////Lisos///////////Crespos
Secção do cabelo////////////Circular/////////Circular////////Elíptica
Lábios////////////////////////Muito finos//////Finos///////////Grossos
Olhos ////////////////////////Claros/////////// Claros//////////Escuros
Glândulas sudoríparas/// Pouco numerosas ///Numerosas// Muito numerosas





Claro que Mukarovsky queria apenas ridicularizar seus interlucutores. Este homem esclarecido (infelizmente já falecido - início dos anos 90) é autor de um

Beau livre broché édité en 1964 chez Casterman, il compte 215 pages et est écrit par Hans Mukarovsky.
L'auteur tache de nous dire l'essentiel de l'afrique ancienne, celle d'avant la colonisation;pour mieux appréhender l'Afrique indépendante
d'aujourd'hui et son avenir probable.
Ce livre original est en excellent état malgré d'infimes traces d'usage

Para perceberem melhor as posições deste africanista austríaco, remeto-vos para uma comunicação intitulada "Algumas consideções sobre as línguas da África Ocidental" (para baixar o artigo em PDF, façam clique no link) cujo resumo em espanhol é o seguinte:
El autor retoma en este trabajo la teoría del posible parentesco africanista de la lengua vasca. Se aparta, sin embargo, de la conocida asociación del euskera al grupo de lenguas del noroeste africano, en el que se encuentran la lengua bereber y otras, próximas a las semíticas. Sugiere, en cambio, la posible relación con lenguas camíticas de Sudán occidental, Etiopía y Somalia, más afines a la única lengua preindoeuropea bien conocida de Europa occidental, que es la lengua vasca. Brinda a la nueva generación de lingüistas jóvenes la oportunidad de profundizar en la nueva vía.

sexta-feira, julho 07, 2006

Peregrinos muçulmanos e os negócios com Deus

Dando continuidade à sequência das considerações que fiz aquando do artigo intitulado "A um passo da transculturalidade", eis agora um outro caso sintomático sobre uma visão diferente do valor do fenómeno da peregrinação.
Quando estudava em França (anos 70 do séc XX) tive bons amigos muçulmanos. Dois deles pertenciam ao grupo fundamentalista da "Irmandade Islâmica". Um belo dia, estava eu a espicaçar um deles sobre a "exagerada" devoção que punham nas peregrinações a Meca e sobre o jejum do Ramadão.
Com ironia e desdém, lá me responde um deles: "Vocês os cristãos são falsos crentes, fingem fazer sacrifícios a Deus pois o que fazem não passa de negócios com Deus !"
Como assim?
"É que, por exemplo, quando uma vossa filha está muito doente fazem uma promessa de irem a Roma em peregrinação se a operação cirúrgica correr bem; a filha morre e ... não há idas a Roma mais!" " ...nós os muçulmanos se vamos a Meca, fazêmo-lo independentemente da satisfação de eventuais pedidos que tenhamos feito a Alá!"

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